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Desigualdade de gênero ainda limita oportunidades e direitos das mulheres no mercado de trabalho

por Lara Victória

Apesar dos avanços legais e sociais dos últimos anos, a desigualdade de gênero segue como uma realidade estrutural, especialmente no mercado de trabalho. Segundo o IBGE, em 2021 as mulheres brasileiras recebiam, em média, 78% do que os homens ganhavam para os mesmos cargos.

De acordo com o Relatório Global sobre a Desigualdade de Gênero 2025, do Fórum Econômico Mundial, a paridade total de gênero nas áreas de saúde, educação, economia e política só será alcançada globalmente daqui a 123 anos.

Raízes históricas e impacto na rotina e no trabalho

A disparidade de gênero é reforçada por práticas culturais e sociais que, ao longo dos anos, naturalizaram papéis distintos entre homens e mulheres. Isso se reflete na distribuição das tarefas domésticas e no acúmulo de responsabilidades: muitas mulheres enfrentam duplas ou triplas jornadas, conciliando trabalho remunerado, cuidado com os filhos e afazeres domésticos.

O mercado de trabalho brasileiro segue desigual quando o assunto é remuneração e permanência no emprego. Segundo o IBGE, em 2022, 53,3% das mulheres compunham a força de trabalho, enquanto a participação masculina era de 73,2%. Em cargos de gestão, essa desigualdade se aprofunda: 60,7% das posições são ocupadas por homens. Mesmo quando chegam a esses cargos, as trabalhadoras ganham menos. No mesmo ano, o rendimento médio feminino em cargos de gerência foi 21,2% abaixo dos homens.

Quais são os caminhos para a igualdade de gênero?

Para transformar esse cenário, é essencial a atuação conjunta dos setores da sociedade (empresas, instituições e governos) na promoção da equidade de gênero. Isso inclui garantir igualdade salarial, políticas de conciliação entre trabalho e maternidade, mecanismos efetivos de combate ao assédio e valorização da presença feminina em cargos de liderança.

Ações do Sindicato e Cenário na Categoria

No âmbito da nossa categoria, o sindicato tem implementado diversas ações para promover a igualdade de gênero e combater as disparidades existentes. Entre as iniciativas destacam-se:

  • Comissão de Equidade de Gênero: Criação de uma comissão permanente dedicada a identificar e propor soluções para questões de desigualdade de gênero no ambiente de trabalho.
  • Campanhas de Conscientização: Realização de campanhas educativas sobre igualdade de gênero, assédio moral e sexual, visando sensibilizar trabalhadores e empregadores sobre a importância de um ambiente laboral justo e respeitoso.
  • Negociações Coletivas: Inclusão de cláusulas específicas nas convenções coletivas de trabalho que garantem direitos relacionados à maternidade, paternidade e igualdade salarial.
  • Capacitação e Formação: Oferta de cursos e workshops voltados para o empoderamento feminino, liderança e desenvolvimento profissional das trabalhadoras da categoria.
  • Monitoramento de Práticas Discriminatórias: Estabelecimento de canais de denúncia e acompanhamento de casos de discriminação de gênero, assegurando suporte às vítimas e medidas corretivas junto às empresas.

Essas ações refletem o compromisso do sindicato em promover um ambiente de trabalho mais equitativo e inclusivo, reconhecendo que a igualdade de gênero é fundamental para o desenvolvimento sustentável da categoria e da sociedade como um todo.

A desigualdade de gênero afeta profundamente as mulheres e compromete o desenvolvimento econômico e social de todo o país. Promover a equidade é atuar com justiça para garantir direitos e reparação histórica.

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