Home Notícias Siemaco Censo 2022: o que os dados mostram sobre transporte e renda?

Censo 2022: o que os dados mostram sobre transporte e renda?

por Siemaco Guarulhos

Divulgado pelo IBGE, o Censo 2022 trouxe informações detalhadas sobre as condições de trabalho no país e os desafios enfrentados por mulheres, pessoas negras e indígenas.

Renda e oportunidades no mercado de trabalho

Mais de um terço dos trabalhadores (35,3%) recebia até um salário mínimo, enquanto apenas 7,6% tinham rendimentos superiores a cinco salários mínimos. A faixa de renda mais alta, acima de R$ 24 mil, concentrava-se em 0,7% da população ocupada.

Os maiores ganhos estavam entre homens, pessoas brancas e amarelas, e moradores das regiões Centro-Sul. Já os menores valores médios de remuneração foram registrados entre indígenas (R$ 1.653) e pessoas pretas (R$ 2.061).

Mesmo com escolaridade equivalente, as mulheres recebiam cerca de 20% menos que os homens. Geralmente, uma profissional com diploma recebia cerca de R$ 4.591, enquanto um profissional  recebia mais de R$ 7 mil nas mesmas condições. Elas também representavam 93% da força de trabalho doméstica e predominavam em funções administrativas, de apoio e vendas..

Deslocamento e mobilidade urbana

O trajeto diário entre casa e trabalho consome tempo, energia e recursos financeiros. Mais de 8 milhões de brasileiros gastavam mais de uma hora para chegar ao emprego, especialmente homens e trabalhadores de baixa renda em grandes cidades. Em São Paulo, 24,5% dos trabalhadores levavam até duas horas para se deslocar, mais que o dobro da média nacional, que é de 10,5%.

Os meios mais utilizados eram automóvel (32,3%), ônibus (21,4%), caminhada (17,8%) e motocicleta (16,4%), representando quase 88% dos deslocamentos. Metrô e trem, apesar da superlotação, atendiam menos de 2% dos trabalhadores.

A cor influencia no acesso aos meios de transporte: 42,9% dos trabalhadores brancos utilizavam automóvel, contra 21% da população preta. Esses dados mostram que o deslocamento não afeta todos de forma igual, refletindo desigualdades estruturais que impactam oportunidades e qualidade de vida.

Políticas públicas, papel dos empregadores e sindicatos

Esses números reforçam a importância de políticas públicas e iniciativas dos empregadores que promovam a mobilidade eficiente, equidade salarial e valorização do trabalho. 

Os sindicatos desempenham papel estratégico na negociação coletiva, na defesa de jornadas equilibradas e na promoção de direitos que contribuam para uma vida profissional mais digna.

Sabemos que a compreensão dos dados sobre a sociedade são a porta de entrada para a criação de ações efetivas para os trabalhadores e trabalhadoras.

Mais Notícias